Em que pese o fato de os Cursos de pós-graduação em Pensamento Brasileiro e Luso-Brasileiro terem sido extintos pela Capes ao longo dos últimos trinta anos, a vitalidade dos estudos dessa variante filosófica continua presente em segmentos universitários do nosso país, bem como em Portugal, aí sim na área da pós-graduação e com pleno apoio das autoridades. Lembro-me de que, em 1986, eu e o saudoso amigo Ítalo da Costa Jóia (então docentes do Doutorado em Pensamento Luso-Brasileiro da Universidade Gama Filho), fomos convidados pela Fundação António de Almeida e pelo saudoso professor e amigo Eduardo Soveral (1927-2003), da Universidade do Porto, para participar de colóquio que visava discutir a importância do estudo da filosofia portuguesa, no momento em que os países ibéricos abriam-se ao Mercado Comum Europeu. Os nossos amigos portugueses estavam preocupados com uma realidade que poderia mudar o perfil cultural do seu país: a entrada na Comunidade Européia.
A pergunta que portugueses e espanhóis se faziam então era a seguinte: qual a melhor forma de conservar a identidade, num universo variado do ângulo político, econômico e cultural, como era o cenário europeu de então? De lá para cá ocorreu um duplo movimento, em Portugal e no Brasil: a criação, no país irmão, dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Pensamento Português (hoje plenamente consolidados nas Universidades do Porto, na Católica Portuguesa – seções do Porto e Lisboa, na Universidade Nova de Lisboa, na Universidade de Lisboa, bem como na centenária Universidade de Coimbra). O movimento, no Brasil, foi inverso: a já mencionada extinção, pela Capes, dos Cursos de Mestrado e Doutorado em Pensamento Brasileiro e Luso-Brasileiro existentes nas seguintes Universidades: Católica do Rio de Janeiro, Gama Filho e Federal de Juiz de Fora.
Menciono apenas (o meu interesse aqui é resenhar a realidade existente em Portugal e no Brasil) o acontecido na Espanha nestes últimos trinta anos: o desenvolvimento de Cursos de pós-graduação em pensamento espanhol e hispano-americano nas mais importantes Universidades, bem como nas Fundações Culturais (como a que preserva a memória de Xavier Zubiri, em Madri e a Fundação Ortega y Gasset, na mesma cidade). É de se destacar, pela sua dinâmica cultural, a Asociación de Hispanismo Filosófico, que reúne a nova geração de pesquisadores do pensamento espanhol e ibero-americano e que conta com importante publicação periódica de alto valor acadêmico. O link da Asociación mencionada é o seguinte: http://www.ahf-filosofia.es/index.htm
A pesquisa do pensamento brasileiro recebeu incomum impulso com a criação, em 1982, pelo professor Antônio Paim (1927-2021), o nosso mais importante historiador das idéias filosóficas, do Centro de Documentação do Pensamento Brasileiro, que foi organizado em Salvador, na Bahia, a partir da biblioteca pessoal do autor. Hoje o Centro, acolhido pela Universidade Católica de Salvador, reúne mais de 13 mil volumes, com as obras dos principais autores nacionais nas áreas da filosofia, a antropologia e a sociologia, constituindo o mais importante acervo de cultura brasileira existente no nosso país, na área de história do pensamento. Registro, com pesar, que o maior acervo de pensamento luso-brasileiro, constituído pela biblioteca (mais de cem mil volumes) do ex-ministro Marcelo Caetano (1906-1980), doado por ele à Universidade Gama Filho quando da sua vinda ao Brasil em 1975, terminou sendo consumido pelo fogo, em incêndio da torre da biblioteca da extinta Universidade Gama Filho, em novembro de 2020.
No terreno dos eventos acadêmicos realizados em Portugal e no Brasil, cinco são as iniciativas mais importantes: em primeiro lugar, os Congressos Nacionais de Filosofia realizados, desde os anos 50 do século passado até o final da década de 1990, por iniciativa do Instituto Brasileiro de Filosofia, criado pelo saudoso professor Miguel Reale (1910-2006), em 1949; em segundo lugar, o Congresso de Filosofia Luso-Brasileira efetivado pela Universidade Católica Portuguesa – sede de Braga, em 1981, bem como o Congresso sobre a Escola de Braga, realizado em 2009; em terceiro lugar, os Colóquios Tobias Barreto (em Portugal) e Antero de Quental (no Brasil), levados a cabo ininterruptamente desde 1992, por iniciativa do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, sob a coordenação de Antônio Braz Teixeira, José Esteves Pereira, Renato Epifânio e José Maurício de Carvalho, com a finalidade de estudar as relações entre as filosofias portuguesa e brasileira, além da obra de autores específicos, representativos da meditação filosófica em ambos os países, com o apoio das Universidades Nova de Lisboa e Federal de São João Del-Rei. O último colóquio Antero de Quental foi hospedado e organizado pela UFJF em parceria com o IPTAN, no mês de junho de 2019; nessa oportunidade, tive a honra de receber a homenagem dos meus ex-alunos da UFJF que criaram o Grupo Ibérica, dedicado aos estudos do pensamento luso-brasileiro e hispano-americano; em quarto lugar, os Encontros Nacionais de Professores e Pesquisadores da Filosofia Brasileira, realizados, entre 1989 e 2001, pelo Centro de Estudos Filosóficos de Londrina e pela Universidade Estadual da mesma cidade, sob a coordenação do saudoso amigo Leonardo Prota (1930-2016), com a finalidade de estudar os traços marcantes das Filosofias Nacionais, colocando-os em relação com a Filosofia Brasileira; em quinto lugar, os Congressos de Filosofia Portuguesa promovidos pela Universidade Católica Portuguesa – sede do Porto – sob a iniciativa do Reitor dessa instituição, monsenhor Arnaldo de Pinho (1942-). Dois eventos destacam-se desse conjunto de iniciativas culturais: o I Congresso Luso-Galaico-Brasileiro, reunido em 2007, e o Colóquio Internacional sobre o pensamento e a obra de Teófilo Braga (1843-1924), realizado entre 19 e 21 de Maio de 2011.
Participei deste último evento, que teve como sede o belo campus da Foz da Universidade Católica do Porto. A abertura dos trabalhos esteve a cargo dos professores doutores Joaquim de Azevedo (presidente do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa) e Arnaldo de Pinho (Presidente da Comissão Científica do Colóquio e Reitor da Universidade). As várias conferências e comunicações tiveram como finalidade analisar os aspectos mais relevantes em que se desdobrou a obra e o pensamento do maior positivista português, o açoriano Teófilo Braga (1843-1924). Menciona-los-ei a seguir: 1 - “Certezas e incertezas de uma geração” (António Machado Pires, Universidade dos Açores); 2 - “A filosofia da religião no pensamento de Teófilo Braga: um sincretismo histórico-simbólico” (Afonso Rocha, Universidade Católica Portuguesa – Porto); 3 - “Os mitos cristãos, ou os limites do positivismo em Teófilo Braga” (José Ignácio Aguiar de Castro, Universidade Católica Portuguesa – Porto); 4 - “Filosofia Positiva” (Celeste Natário, Universidade do Porto); 5 - “O conceito de Direito em Teófilo Braga” (Ana Paula Loureiro de Sousa, Universidade de Lisboa); 6 - “A filosofia do direito de Teófilo Braga” (Maria Clara Calheiros, Universidade do Minho); 7 - “História da literatura em Teófilo Braga” (António Cândido Franco, Universidade de Évora); 8 - “História da literatura em Teófilo Braga: séculos XVI-XVII” (Zulmira Santos, Universidade do Porto); 9 - “Entre o ultra-romantismo e os poetas da Escola Nova” (Fernando Guimarães, Porto); 10 - “Teófilo Braga, a geração de 70 e o teatro (Luiz Francisco Rebello, Universidade de Coimbra); 11 - “A ética em Teófilo Braga” (Jorge Cunha, Universidade Católica Portuguesa, Porto); 12 - “A estética em Teófilo Braga” (Leonel Ribeiro dos Santos, Universidade de Lisboa); 13 - “Teófilo Braga e a revista O Positivismo” (Daniel Pires, Universidade de Lisboa); 14 - “Teófilo Braga, Antero e Faria Maia” (Manuel Cândido Pimentel, Universidade Católica Portuguesa – Lisboa); 15 - “O legado cultural de Teófilo Braga” (Miguel Real, Lisboa); 16 - “Teófilo Político - 1910-1917” (Ernesto Castro Leal, Universidade de Lisboa); 17 - “Teófilo Braga: soluções políticas para a República” (Pedro Baptista, Universidade do Porto); 18 - “Teófilo Braga e a Constituinte de 1911” (Luis Bigotte Chorão, Universidade de Coimbra); 19 - “O pensamento filosófico de Teófilo Braga” (António Braz Teixeira, Universidade Lusófona – Lisboa); 20 - “Teófilo Braga e o Positivismo” (Amadeu Carvalho Homem, Universidade de Coimbra); 21 - “Teófilo Braga e a difusão do Positivismo em Portugal” (Manuel Gama, Universidade do Minho); 22 - “Teófilo Braga e a religião civil republicana” (Mendo Castro Henriques, Universidade Católica Portuguesa – Lisboa); 23 - “Teófilo Braga: legitimação e apoio ao processo emergente do Galeguismo no século XIX” (Elias Torres Feijó, Universidade de Santiago de Compostela); 24 - “O pensamento de Teófilo Braga no contexto do positivismo luso-brasileiro” (Ricardo Vélez Rodríguez, Universidade Federal de Juiz de Fora); 25 - “Incidências positivas em Leonardo Coimbra e Teófilo Braga” (António Martins da Costa, Universidade Católica Portuguesa – Porto); 26 - “O ensino e a educação em Teófilo Braga” (Manuel Ferreira Patrício, Universidade de Évora); 27 - “Teófilo Braga e o Curso Superior de Letras” (Pedro Calafate, Universidade de Lisboa); 28 - “Soluções positivas para a educação portuguesa” (Artur Manso, Universidade do Minho); 29 - “O pensamento econômico em Teófilo Braga” (António Almodóvar, Universidade do Porto); 30 - “Disciplinar as paixões e moldar o carácter – A pedagogia de Teófilo Braga” (Maria da Conceição Azevedo, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro); 31 - “Educação, religião e progresso em Teófilo Braga” (José António Afonso, Universidade do Minho); 32 - “O papel de Teófilo Braga nos estudos sobre o Romanceiro” (Pedro Ferre, Universidade do Algarve); 33 - “História da literatura em Teófilo Braga: Barroco e século XVIII” (Luísa Malato, Universidade do Porto); 34 - “História da literatura em Teófilo Braga – Romantismo, gestão de informação e estratégias de luta ideológica” (Pedro Vilas Boas Tavares, Universidade do Porto); 35 - “História da literatura em Teófilo Braga – Segunda metade do século XIX” (Maria José Reynaud, Universidade do Porto); 36 - “Teófilo Braga na intimidade – Minha freira, cartas familiares” (Maria de Lourdes Sirgado Ganho, Universidade Católica Portuguesa – Lisboa); 37 - “Editar a tradição sem trabalho de campo” (Teresa Araújo, Universidade Nova de Lisboa); 38 - “Teófilo Braga e Leite de Vasconcelos” (Luís Raposo, Museu Nacional de Arqueologia); 39 - “História universal e filosofia da história em Teófilo Braga” (António José de Brito, Universidade do Porto); 40 - “História do direito” (Eduardo Vera Cruz Pinto, Universidade de Lisboa); 41 - “História da Universidade de Coimbra” (Manuel Augusto Rodrigues, Universidade de Coimbra); 42 - “A revelação positiva face às interpelações da etnografia” (Mons. Arnaldo de Pinho, Universidade Católica Portuguesa – Porto); 43 - “Teófilo Braga e o orientalismo português” (Rui Lopo, Universidade de Lisboa); 44 - “A teorização literária de Teófilo Braga – Fundamentos e implicações” (José Carlos Seabra Pereira, Universidade de Coimbra); 45 - “A reflexão e a teorização sociológica” (José Esteves Pereira, Universidade Nova de Lisboa); 46 - “A simbólica jurídica em Teófilo Braga” (Paulo Ferreira da Cunha, Universidade do Porto); 47 - “Manchas de negativismo no positivismo português – A propósito de Teófilo Braga e Camilo Castelo Branco” (Isabel Ponce Leão, Universidade Fernando Pessoa; Carlos Mota Cardoso, Universidade do Porto); 48 - “Teófilo Braga e Cunha Seixas” (Pinharanda Gomes, Lisboa); 49 - “Teófilo Braga e Bruno” (Joaquim Domingues, Braga); 50 - “Teófilo Braga e a filosofia portuguesa” (Renato Epifánio, Lisboa); 51 - “A teoria da história de Fidelino de Figueiredo e a reação anti-teofiliana” (José Cândido de Oliveira Martins, Universidade Católica Portuguesa – Braga); 52 - “Teófilo Braga e a crítica literária em Portugal no século XIX” (Álvaro Manuel Machado, Universidade de Lisboa); 53 - “Uma fé firme e profunda – Teófilo Braga e a História da literatura portuguesa medieval” (Filipe Moreira, Universidade do Porto); 54 - “Em torno da recepção da Visão dos Tempos” (Maria Luísa do Couto Linhares de Deus, Universidade dos Açores); 55 - “O último romântico” (Rodrigo Sobral Cunha, Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing – Lisboa); 56 - “Teófilo Braga, os Monárquicos e o Integralismo Lusitano” (Norberto Cunha, Universidade do Minho); 57 - “Teófilo Braga, republicanismo e democracia” (Luís de Araújo, Universidade do Porto); 58 - “Teófilo Braga e a ética republicana” (Luís Crespo de Andrade, Universidade Nova de Lisboa); 59 - “Soluções positivas da Política portuguesa” (Carlos Leone, Universidade de Lisboa); 60 - “Palavra final da Comissão Científica sobre o Colóquio” (Mons. Arnaldo de Pinho, reitor da Universidade Católica Portuguesa – Porto).
Da simples enumeração dos itens desenvolvidos nas várias sessões do Colóquio sobre Teófilo Braga, pode-se tirar a conclusão de que é grande a vitalidade da pesquisa acerca do pensamento nacional, no Centro de Estudos do Pensamento Português da Universidade Católica do Porto, sob a orientação de Mons. Arnaldo de Pinho (1942-). Esta vitalidade é visível, também, nas demais Universidades portuguesas envolvidas no estudo da filosofia autóctone e é confirmada com outro dado importante: a variedade e o número das publicações que surgem, a cada ano, sobre pensadores portugueses, e ainda acerca dos filósofos brasileiros. Menciono três grandes empreendimentos editoriais que testemunham a vitalidade do estudo do pensamento luso-brasileiro em terras portuguesas: a Enciclopédia Luso-brasileira de filosofia - Logos, em 5 volumes (publicada em Lisboa pela Editorial Verbo, com o patrocínio da Universidade Católica Portuguesa, entre 1989 e 1992, sob a coordenação de Roque Cabral, Francisco da Gama Caeiro, Manuel da Costa Freitas, Alexandre Fradique Morujão, José do Patrocínio Bacelar e Oliveira e Antônio Paim). Em segundo lugar, destaca-se a História do Pensamento Filosófico Português, em 5 volumes (publicada em Lisboa pela Editorial Caminho, entre 1999 e 2000, sob a direção de Pedro Calafate). Em terceiro lugar, deve ser mencionada a magna obra de difusão das filosofias portuguesa e brasileira efetivada por António Braz Teixeira (1936-) na Imprensa da Casa da Moeda, ao longo das últimas décadas. É grande o panorama das publicações dedicado às culturas lusófonas nas obras publicadas pela Editorial da Casa da Moeda. Essas publicações distribuem-se por uma vasta série de coleções, como a «Biblioteca de Autores Clássicos», a «Biblioteca de Autores Portugueses», a dos «Escritores dos Países de Língua Portuguesa», a dedicada ao «Pensamento Português», a de «Estudos e Temas Portugueses», as de «Estudos Gerais», entre as quais se conta a «Série Universitária» dedicada aos «Clássicos de Filosofia», a de «Arte e Artistas» e a «Essencial».
Para terminar, não podia deixar de mencionar as iniciativas que são empreendidas pela nova geração de estudiosos do pensamento, tanto no Brasil quanto em Portugal. Mencionaria, em primeiro lugar, a Revista Nova Águia, publicada em Sintra pelo selo editorial Nova Águia e Zéfiro, sob a direção de Renato Epifánio, Celeste Natário e Miguel Real; esta publicação conta com uma ampla rede de distribuição no mundo lusófono, como também na América Latina e chega já ao seu sexto número semestral. Em segundo lugar, menciono a série de publicações eletrônicas sobre pensamento luso-brasileiro e latino-americano acolhidas no Portal Sophia (www.portalsophia.org), de iniciativa de dois jovens estudiosos brasileiros, Alexandre Souza e Marco Antônio Barroso. Dentre as publicações abrigadas nesse portal vale a pena destacar duas, diretamente relacionadas ao estudo dos temas da filosofia portuguesa e brasileira: as revistas Ibérica ( www.estudosibericos.org ) e Cogitationes ( www.cogitationes.org ). Em terceiro lugar, mencionaria o Portal Defesa (www.ecsbdefesa.com.br), criado em 2003 pelo pesquisador Expedito Bastos, da Universidade Federal de Juiz de Fora; este Portal é o órgão de divulgação das pesquisas efetivadas pelo Centro de Pesquisas Estratégicas “Paulino Soares de Sousa”, sob a minha coordenação (no período compreendido entre 2005 e 2019); várias das pesquisas desenvolvidas pelo Centro abrangem os aspectos políticos e estratégicos do pensamento brasileiro e português. Em quarto lugar, gostaria de mencionar a iniciativa editorial que, no Centro de História da Universidade de Lisboa, desenvolve o jovem estudioso Ernesto Castro Leal. Duas publicações recolhem os trabalhos organizados por este estudioso, no terreno da história das idéias políticas: Republicanismo, socialismo, democracia, com ensaios de António Reis, António Ventura, Ernesto Castro Leal, José Esteves Pereira, Leonel Ribeiro dos Santos, Norberto Ferreira da Cunha, Pedro Calafate, Ricardo Vélez Rodríguez e Sérgio Campos Matos, (a obra foi publicada em Lisboa, em 2010, pelo Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa). A segunda publicação intitula-se República e Liberdade (Lisboa: Centro de História da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, 2011) e nela aparecem ensaios de António Ventura, Carlos Cordeiro, Ernesto Castro Leal, José Eduardo Franco, José Esteves Pereira, José Maurício de Carvalho, Leonel Ribeiro dos Santos, Norberto Ferreira da Cunha, Pedro Calafate e Ricardo Vélez Rodríguez.