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Prof. Doutor EIITI SATO - PODER NACIONAL

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PORTA-AVIÕES SÃO PAULO, À DERIVA EM ÁGUAS BRASILEIRAS, NO ATLÂNTICO SUL.

Nota de Esclarecimento: Este Artigo foi publicado pouco tempo antes de a Marinha de Guerra do Brasil afundar o casco do Porta-Aviões "São Paulo", que se encontrava à deriva no Atlântico.

A seguir, o comunicado da Marinha Brasileira sobre o afundamento do casco do Navio:

Brasília – DF.


Em 03 de fevereiro de 2023.

Em relação ao casco do ex-Navio Aeródromo “São Paulo”, diante dos fatos apresentados na Nota Oficial Conjunta do Ministério da Defesa, Advocacia-Geral da União e Marinha do Brasil, cabe informar que a operação de alijamento, por meio do afundamento planejado e controlado, ocorreu no final da tarde de hoje (03), estritamente conforme concebido.

O procedimento foi conduzido com as necessárias competências técnica e segurança pela Marinha do Brasil, a fim de evitar prejuízos de ordem logística, operacional, ambiental e econômica ao Estado brasileiro.

A área para a destinação final do casco, situada em Águas Jurisdicionais Brasileiras (AJB), a 350 Km da costa e com profundidade aproximada de 5 mil metros, foi selecionada com base em estudos conduzidos pelo Centro de Hidrografia da Marinha e Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira. As análises consideraram aspectos relativos à segurança da navegação e ao meio ambiente, com especial atenção para a mitigação de impactos à saúde pública, atividades de pesca e ecossistemas.

Por fim, a Marinha do Brasil presta legítima reverência ao ex-Navio Aeródromo “São Paulo”. Barco que abriga alma beligerante perpetuada na mente de homens e mulheres que guarneceram seus conveses, dignos servidores da Marinha Nacional Francesa e da Marinha do Brasil, sob a égide das tradições navais e de elevado espírito marinheiro.

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Ontem em um boletim de notícias, o Time Magazine (N.Y.) informava que o porta-aviões São Paulo está à deriva no meio do Atlântico. Não pude deixar de sentir uma enorme "inveja" dos americanos, pois apenas há alguns dias eu havia assistido ao filme "Top-Gun Maverick". Um filme de ação bem ao estilo do ator Tom Cruise.

Deixando de lado as qualidades da produção cinematográfica e as emoções, o filme não deixa de exibir (com muita competência) o poderio americano. Enquanto nosso porta-aviões de 34 mil toneladas está à deriva depois de uma venda fracassada (como sucata) por 2 milhões de US$, a aventura do “Top Gun” se desenrola em um dos 11 porta-aviões americanos em franca atividade nos sete mares do mundo, cada um com suas mais de 100 mil toneladas de tecnologia e cerca de 75 caças F-18 como principal capacidade de combate. O filme não deixa de destacar que os pilotos deverão cumprir sua missão com duas equipes que terão que "se virar" com seus superados aviões caças F-18, pois como são unidades de combate da Marinha (US Navy), não podem usar, por exemplo, os "Stealth" que são caças de combate da Força Aérea (US Air Force) indisponível para a Marinha.

Enquanto isso, o velho porta-aviões São Paulo está à deriva gerando preocupações não para vizinhos e rivais que poderiam se sentir ameaçados, mas para ativistas ambientais daqui e de outros países, que querem saber o que será feito da sucata abandonada feita de materiais potencialmente danosos ao meio ambiente marinho.

Vale dizer que, sem Marinha, sem Força Aérea, não é apenas o "hard power" brasileiro que se empobrece; nossa tecnologia industrial também se empobrece, e até mesmo nossa literatura e nosso meio artístico também se empobrecem: uma história ou um conto que pode virar filme como o "Top Gun" só poderia aparecer em uma sociedade como a americana.

E. Sato