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NÓS, O POVO

NÓS, O POVO

SETE DE SETEMBRO EM COPACABANA - UM MILHÃO DE PESSOAS COMEMORANDO O NOSSO BICENTENÁRIO E MANIFESTANDO O SEU APOIO AO CANDIDATO JAIR MESSIAS BOLSONARO

Sinceramente, na minha vida no Brasil, desde 1970, quando vim pela primeira vez, jamais vi manifestações tão grandes como as que assisti no dia 7 de Setembro, pela televisão, em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Florianópolis, Porto Alegre, etc. Em Londrina, a ida ao lugar da reunião para a correspondente manifestação, viu-se atrapalhada pela chuva. Preferi, então, acompanhar de casa pela TV as manifestações pelo país afora. Segundo informam os noticiários, houve manifestações em 300 cidades brasileiras.

A data de 7 de Setembro deste ano era duplamente importante: primeiro, porque se tratava de lembrar e comemorar os nossos 200 anos de Independência. Segundo, porque essa data coincidiu com os atos programados pelo candidato à Presidência Jair Bolsonaro, que fez pronunciamentos em Brasília e no Rio de Janeiro.

Bolsonaro, como Presidente da República, presidiu a cerimônia oficial por conta do Bicentenário, no palanque em Brasília, onde assistiu ao desfile de estudantes e membros das Forças Armadas. Depois do ato oficial, discursou para o mais de um milhão de pessoas que, de todas as partes da Capital e de alguns Estados, ocuparam a esplanada dos Ministérios. Nunca tinha visto uma multidão tão grande acompanhar um comício como a que se reuniu em Brasília. A mesma sensação tive ao observar o comício na orla de Copacabana, no Rio. Embora o candidato Bolsonaro não estivesse fisicamente presente no comício da Avenida Paulista, tampouco tinha assistido pela TV a uma assembleia tão multitudinária na Avenida Paulista, ao ensejo de uma campanha política. A conclusão que tirei é a de que o povo apoia maciçamente Bolsonaro. Não vi, nesta confusa campanha, um candidato presidencial reunir tão grande multidão.

As multitudinárias manifestações dos cidadãos pelo Brasil afora, não são de hoje. Eu diria que a etapa anterior dessas manifestações “do smartphone” começaram em 2016, quando múltiplas passeatas, com miles de pessoas todas elas, espraiaram-se, pelo país inteiro, em protesto contra a má gestão petista e contra a corrupção, presente no triste episódio da compra de apoio de parlamentares pelo governo, denominada de Mensalão. Essas manifestações foram tumultuadas pelos grupos de black-blocs, que se prepararam para criar um clima de confronto, a fim de esvaziá-las. A população não se deixou amedrontar e replicou os protestos em todo o Brasil. O que essas manifestações explicitavam não era apenas o protesto contra a má gestão petista. Havia o questionamento direto do cenário político, com a insatisfação dos cidadãos que não se sentiam representados. Era um protesto massivo contra o sistema, que desaguou no impeachment da presidente Dilma. Essa foi a primeira etapa das manifestações multitudinárias da atual era eletrônica, após as quais o governo petista fez a proposta de uma assembleia constituinte, que terminou não vingando.

A segunda etapa das manifestações massivas da “era do smartphone” se deu ao ensejo da campanha presidencial de 2018. As pessoas, pacificamente e de maneira festiva, passaram a ocupar as ruas em família, levando até os pets de estimação. Eu próprio participei de várias dessas manifestações na cidade onde moro, Londrina. O que se sentia no ar era um clima de cansaço em face de instituições que não nos representavam, e, sobretudo, diante da vergonha do “Petrolão”, que se somou aos protestos pelo Mensalão. Esses dois episódios de corrupção sistemática saquearam o Brasil e enlamearam a imagem do nosso País pelo mundo afora.

A eleição de Bolsonaro correspondeu a uma expectativa dos eleitores, que buscavam algo novo que substituísse a corrupta esquerda que tinha se encarrapitado no poder. O governo Temer foi uma ponte de transição entre o ciclo lulopetista e os novos tempos. Impressionou-me, de forma especial, a agressividade dos militantes do PT e demais siglas da esquerda radical, em face desse governo de transição, como se se tratasse de um golpe desfraldado contra as instituições republicanas. Nada de novo na forma de tratamento, por parte destes, em relação ao Executivo. Os dois governos de Fernando Henrique Cardoso, em que pese se tratar de gestões de uma esquerda social-democrata moderada, passaram a ser alcunhados simplesmente de “neoliberais” e se tornou cansativo o slogan de “Fora FHC” que os militantes entoaram pelo Brasil inteiro, como se se tratasse de um usurpador e não de um mandatário eleito democraticamente. O Movimento dos Sem-Terra literalmente infernizou a vida do governo tucano, com invasões e destruição de instalações e plantios nas áreas mais promissoras do agronegócio.

A campanha de 2018 trouxe um elemento novo e complicador em face do panorama político do País. O candidato Bolsonaro, que concorria fortemente com o do PT, percorreu o país de Norte a Sul com escassos recursos de campanha e inovando na farta utilização da mídia eletrônica que agilizava a sua comunicação com a base eleitoral, barateando custos. A população sentiu que o candidato apresentava uma proposta por fora dos vícios do sistema político tradicional.

A tentativa de assassinato do candidato Bolsonaro em Juiz de Fora, na véspera do 7 de Setembro, revelou o quanto o stablishment se incomodava com a alta popularidade daquele. Nunca foi esclarecida, à opinião pública, a trama real da tentativa de magnicídio no centro da cidade mineira. A mídia tratou a sociedade como se esta fosse desprovida da mínima dose de senso crítico. Um avião executivo pousou no aeroporto local horas depois da tentativa de assassinato, trazendo representantes de uma poderosa banca de advogados para “garantir” os direitos do agressor. As pesquisas policiais não prestaram a devida atenção ao clima de violência que se instalou na cidade, com mensagens radicais sendo trocadas entre militantes da esquerda, que terminaram vazando de forma a se tornarem de conhecimento público e que faziam menção a uma “facada”, antes mesmo de que se consumasse o ato delitivo. São mistérios que somente a História, com o correr do tempo, irá esclarecer para a posteridade.

O que mais me impressionou nessa conjuntura histórica, foi a violenta rejeição, por parte da esquerda, ao candidato Bolsonaro. Lembro-me, a propósito, do debate ocorrido na Universidade particular onde lecionava em Londrina, com motivo da discussão em torno às plataformas eleitorais. Foram convidados professores de vários centros de estudos superiores, incluída a Universidade Estadual. Excetuando três membros da banca: eu, o moderador e o professor Clodomiro Bannwart (que sintetizou, com clareza os pontos fundamentais do que seria uma política pública socialdemocrata, que poderia fazer frente aos extremos de incompetência e de corrupção a que tinha chegado o ciclo lulopetista), os demais expositores foram unânimes na radical crítica ao candidato Bolsonaro, como representante da “extrema direita”. O professor que me antecedeu chegou a dizer, em tom de militante: “A única saída possível corre por conta dos candidatos da esquerda, pois a direita só pensa merda”.

As minhas palavras iniciais foram mais ou menos estas: “Pois bem: já que o nobre professor que me antecedeu se referiu ao fato de que a direita só pensa merda, vou ser porta-voz dessa alternativa malcheirosa. A opção apresentada pelo pensamento liberal-conservador está em alta. E cresce por força da queda do pensamento da esquerda, somente preocupada em falar generalidades que acobertem os malfeitos praticados pelo PT e congêneres, nestes quinze anos de desastres econômicos e políticos. A esquerda se tornou protagonista de uma proposta que esgotou o país cultural, política e economicamente. Caímos, por força de Lula e os seus sequazes, no fundo do poço. A força da direita liberal-conservadora radica em três fatos: primeiro, na defesa incondicional da liberdade individual e da livre empresa; segundo, na valorização da representação política; terceiro, na defesa das tradições culturais da sociedade brasileira quanto ao sentido da família, da ética, da religião e do saudável respeito em face da autoridade constituída. Somos, os liberais-conservadores, contra a ideologia de gênero apregoada nas escolas, bem como contra a doutrinação política de crianças, adolescentes e jovens, efetivada nas aulas por professores que, mais do que docentes, se comportam como militantes partidários. Defendemos a valorização da cultura nacional e dos valores pátrios, contra a tentativa de anarquizar os fundamentos culturais da nossa sociedade. Não queremos a implantação de um regime socialista que nos acorrente ao corporativismo sindical que, durante o ciclo lulopetista, tomou conta de todas as esferas do governo”.

Prossegui na minha fala, ilustrando a forma com que o PT deu continuidade ao acirramento das tensões legadas pelo segundo governo de Fernando Henrique Cardoso que, do ângulo econômico, não consolidou a perspectiva de dotar o Plano Real de uma âncora firme, desmontando o estatismo e abrindo, corajosamente, a economia para os investimentos da iniciativa privada, começando por um agressivo programa de privatizações, as quais, no segundo governo tucano, ficaram pelo meio do caminho.

Os dois mandatos de Lula, rapidamente, mostraram que a “Carta do Recife ao Povo Brasileiro” tinha sido mais um estratagema para conquistar a classe média, sendo que a proposta de desestatização, simplesmente, foi ignorada, para dar ensejo, de novo, ao velho estatismo que, nos dois governos da Dilma, jogaram o Brasil no fundo do poço com as denominadas “pedaladas fiscais”. No plano internacional, os petistas nivelaram o Brasil com o que de mais retardatário havia no mundo, as ditaduras sanguinolentas, como as vigentes na Coreia do Norte ou na Venezuela, e nos jogaram no lamaçal da corrupção generalizada, ao cooptar a Petrobrás e as nossas empresas de engenharia e de produção de alimentos, escolhendo a dedo os “campeões de bilheteria”, aqueles empresários e funcionários corruptos que se prestaram a todas as negociatas, que desaguaram nas operações do Mensalão e da ciranda financeira evidenciada pela Operação Lava Jato. Tudo com uma dupla finalidade perversa: enriquecer os quadros político-partidários alinhados com o PT e garantir um fundo que possibilitasse a compra indefinida das futuras eleições, numa proposta gramsciana, na qual o Novo Príncipe seria o Partido dos Trabalhadores, convertido em força hegemônica da política brasileira, contando, ainda, com a inescrupulosa cooptação do crime organizado, notadamente o PCC, para, como dizia conhecido ministro petista, “fazer o diabo” quando fosse necessário, para intimidar governadores pusilânimes ou dominar completamente populações indefensas, reféns dos barões do narcotráfico.

Já no governo, a partir de Janeiro de 2019, Bolsonaro enfrentou uma cerrada oposição dos partidos de esquerda, bem como da grande imprensa. Essa oposição se acelerou ao ensejo do processo de liberação de Lula da prisão, efetuado mediante maquinações bacharelescas pelo STF, que em 14 de abril de 2021 achou por bem declarar nulo o processo de condenação do meliante pelo Juiz Sérgio Moro, em que pese o fato de terem sido observados todos os ritos legais e apesar de que a decisão do juíz de Curitiba foi confirmada pelos Tribunais Superiores competentes. Houve uma orquestração desse fato que feria as nossas instituições de Justiça, tanto de parte dos sindicatos de esquerda (que esperaram sempre um “revogaço” da legislação que lhes tirou o direito ao imposto sindical), como de parte também da grande imprensa e dos Partidos da oposição no Congresso. O passo seguinte seria propor a candidatura de Lula à Presidência da República nas eleições de 2022.

Fala-se, nos arraiais dos partidos de esquerda e na imprensa, das pretensões golpistas de Bolsonaro. Mas o que de fato aconteceu, no terreno lamacento do golpismo, foi a determinação do Supremo Tribunal Federal de anular a condenação de Lula e de partir, agressivamente, mancomunado com os Partidos da oposição, para trilhar um caminho torto de judicialização da política, notadamente em face dos atos legítimos do Executivo, como parte da sua missão constitucional. Daí a passar a avançar no terreno do desrespeito às liberdades civis dos cidadãos e ao seu direito de defesa, foi só um passo, acelerado pelas decisões monocráticas do Ministro da Corte que chamou a si a perseguição contra todos aqueles que praticassem fake news que ferissem o clima da democracia, considerando como criminosas todas as opiniões que criticassem os atos do Supremo. Nesse clima de perplexidade e de evidente desconhecimento da Constituição, nos encontramos no presente momento.

Em face dessas circunstâncias, nas comemorações dos 200 anos da nossa Independência, no 7 de Setembro, o Presidente da República destacou o compromisso do seu governo com a manutenção das liberdades cidadãs, notadamente com a liberdade de expressão. Os resultados desse posicionamento corajoso estão aí: milhões de brasileiros saíram, nas suas cidades, para manifestar o seu apoio ao governo e para comemorar, juntamente, a data do bicentenário da nossa Independência.

A sensação que tive ao observar as milionárias multidões que responderam à convocação do Presidente da República foi a de que Nós, o Povo, saímos à praça pública, para externar o nosso apoio ao Primeiro Mandatário e para comemorar os 200 anos da nossa Independência, formando assim as multidões que saíram para externar os seus sentimentos de solidariedade e patriotismo em defesa das nossas liberdades, colocadas em risco por decisões tortas do STF e em apoio ao nosso candidato Jair Messias Bolsonaro.

A leitura que a grande imprensa fez e que os políticos aliados do PT replicaram é que se tratou de manifestações tortamente organizadas para defender o indefensável: o direito de todos os cidadãos deste país a nos manifestarmos livremente em praça pública. Registremos que, em que pese o caráter multitudinário das manifestações realizadas em 300 cidades brasileiras, todas elas foram pacíficas. A conclusão que podemos tirar é que esse clima de cordialidade não foi quebrado, graças a que os representantes da esquerda lulopetista e os seus aliados oportunistas estiveram ausentes delas. O candidato Jair Bolsonaro saiu fortalecido desses eventos democráticos do 7 de Setembro. Essa prévia nos mostra que a preferência por ele é o dado marcante no quesito “expectativas de voto em 2 de outubro”.

Assino embaixo do registro feito pelo jornalista José Roberto Guzzo: “Passado o Sete de Setembro, com as fotos, vídeos e relatos pessoais atestando que multidões foram às ruas em todo o Brasil, a esquerda nacional e o seu candidato à presidência da República entraram num clima de funeral indignado. Só havia um resultado aceitável para eles, e não mais que um: um fracasso indiscutível de público no comício eleitoral em favor da candidatura do presidente Jair Bolsonaro, que se colou de norte a sul  às comemorações dos 200 anos de independência do Brasil. Deu o exato contrário. Como já tinha acontecido no ano passado, o Sete de Setembro e o apoio a Bolsonaro, transformados numa coisa só, reuniram centenas de milhares de cidadãos em praça pública num ato político – e o atestado mais evidente disso foi a intensidade da sinfonia de lamentações na oposição. Se tivesse ido pouca gente, estariam em festa. Como foi gente demais, ficaram revoltados e foram reclamar com o juiz” [J. R. Guzzo, “O 7 de setembro e as lamentações de quem o odiou por ter sido grande demais” – Gazeta do Povo, Curitiba, 08/09/2022].

Estou também de acordo com Rodrigo Constantino que escreveu no mencionado jornal: “Militantes da oposição têm acusado o presidente de ter ‘sequestrado’ ou ‘usurpado’ a comemoração do bicentenário da Independência. Nada mais longe da verdade. No fundo, Bolsonaro talvez tenha sido o cidadão que mais fez para resgatar o sentimento patriótico numa nação mergulhada no fatalismo bobo e com evidente complexo de vira-latas. Nossos professores de esquerda tentam impor uma narrativa que produz vergonha em ser brasileiro, como se nossa trajetória fosse digna de vergonha, não orgulho. Nossos políticos de esquerda sempre preferiram o vermelho ao verde e amarelo, e cantavam o hino da Internacional Socialista em vez do nosso. Nossas elites da esquerda caviar repetem que o Brasil não tem jeito por conta do povo, e filósofos petistas repetem que a classe média é fascista” [Rodrigo Constantino, “O resgate do patriotismo”, Gazeta do Povo, Curitiba, 08/09/2022].