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ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA VENEZUELA

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS NA VENEZUELA

O CANDIDATO OPOSICIONISTA EDMUNDO GONZÁLEZ URRUTIA (75 ANOS) FOI ELEITO NAS ELEIÇÕES DE DOMINGO 28 DE JULHO DE 2024, MAS O SEU TRIUNFO FOI CONTESTADO PELO DITADOR NICOLÁS MADURO

No domingo 28 de julho tiveram lugar na Venezuela as eleições presidenciais, nas quais o regime ditatorial de Nicolás Maduro foi confrontado pela frente ampla de 11 partidos oposicionistas, integrados por uma vasta gama de opções programáticas, desde a direita moderada até a esquerda também moderada. Foi uma linda festa cívica, com maciça participação das famílias. A esquerda radical, já há 25 anos no poder, desde o golpe de estado do coronel Hugo Chávez, sentia que a oposição era crescente e organizada numa frente ampla que queria se ver livre do jugo chavista presidido por Nicolás Maduro, do Partido Socialista Unido da Venezuela. Como medida preventiva para evitar o triunfo da oposição, Maduro colocou em funcionamento o esqueminha de dominação (leia-se, de corrupção) na contagem de votos, com a irrestrita colaboração do Conselho Nacional Eleitoral e do Fiscal Geral da Nação.

Vídeo do deputado federal pelo PL de Goiás, Gustavo Gayer explica, com luxo de detalhes, como se deu a maracutaia venezuelana e destaca, também, de que forma a frente oposicionista conseguiu desmascarar a tentativa madurista de fraudar as eleições, graças ao fato de que na Venezuela, embora haja urnas eletrônicas, como no Brasil, no entanto existe a impressão de votos nas máquinas que recebem os sufrágios. No final do horário eleitoral, os oposicionistas, coordenados por María Corina Machado (56 anos) ex-deputada da Assembleia Nacional da Venezuela e pelo candidato presidencial das oposições, o ex-diplomata Edmundo González Urrutia (75 anos), começaram com as suas equipes de colaboradores a contagem manual dos votos impressos em várias circunscrições eleitorais pelo país afora, lançando os dados nas redes, a fim de confrontar esses votos com os registrados nas atas das mesas de votação. Quando tinha sido apurado um percentual equivalente a 70% dos sufrágios em nível nacional, puderam as oposições confirmar que o seu candidato ia ganhando de lavada sobre Maduro.

O ditador Maduro, então, deu luz verde para que fossem sequestradas as urnas eleitorais pelo Exército Bolivariano em todas as regiões do país. O estrago, no entanto, já estava feito: as oposições puderam provar para a opinião pública que elas ganharam a eleição, que não poderia ser modificada pelas urnas que foram sequestradas. Embora o Fiscal Geral da República anunciasse que a contagem de votos estava suspensa, alegando que houve um “apagão” que prejudicou a regular contagem de votos e que seria ordenada a detenção da ex-deputada María Corina Machado e de outros líderes oposicionistas pelo delito de “atentado contra as instituições democráticas”, não havia mais o que fazer.

O samba venezuelano desandou, o Conselho Nacional Eleitoral (equivalente ao Tribunal Superior Eleitoral brasileiro) suspendeu a contagem, mas Maduro, que tinha votado cedo e estava ansioso para dar a notícia de que tinha ganhado as eleições, durante a noite de domingo se autoproclamou vencedor do pleito, com os seguintes dados fornecidos pelo Consejo Nacional Electoral: 51,2% dos sufrágios para ele, Maduro, (5 millones e 150.092 votos), enquanto o candidato das oposições, Edmundo González, teria ficado em segundo lugar com 44,2% dos votos.

O estrago, no entanto, já estava feito e a sociedade venezuelana tomou conhecimento da fraude patrocinada por Maduro e os seus compinchas. Ficou em maus lençóis o regime bolivariano e a opinião pública mundial terminou dando razão aos oposicionistas, que conseguiram a proeza de derrubar o ditador em eleições que o regime não conseguiu fraudar. A realidade dos fatos foi a seguinte: Edmundo González Urrutia ganhou com 80,41% dos votos e Nicolás Maduro perdeu com apenas 19,27% dos votos, enquanto outros candidatos obtiveram 0,32 % dos sufrágios.

O desfecho era de se esperar, com Maduro propagando a mentira costumeira, de que o pleito tinha sido legítimo e a contagem de votos limpa, sem mencionar, logicamente, o sequestro das urnas pelo Exército Bolivariano nem a pressão que o ditador já começou a sofrer, primeiro dos países latino-americanos e, em segundo lugar, com as exigências feitas pelos Estados Unidos e os países europeus, para que fossem respeitadas as regras do jogo, dando publicidade às atas da eleição e permitindo aos observadores internacionais a verificação dos documentos pertinentes.

O enviado especial de Lula, Celso Amorim, ex-ministro de relações exteriores e atual assessor presidencial para assuntos internacionais ficou numa saia justa, ao não poder ignorar a posição da maioria dos países que exigem claridade nas apurações e respeito à vontade do eleitorado venezuelano. A história ainda iria render episódios de expulsão por Maduro de diplomatas de governos latino-americanos contrários à fraude e protestos da parte dos eleitores venezuelanos, entre os que, infelizmente, já começam a aparecer vítimas da feroz repressão desatada por Maduro contra os manifestantes, em várias cidades.